A vida não nos tem dado descanso. Os desafios sucedem-se e os breves momentos de tranquilidade não permitem antever o que está para vir. O que fazes quando a vida se torna difícil? Na prática, só tens duas opções: desistir ou persistir. Um trará o alívio que tanto desejas. No entanto, será breve, pois as dificuldades rapidamente voltarão, já que apenas foram adiadas. O outro será, a curto prazo, desafiante, mas, com o tempo, levará a uma vida mais serena.
Poderás pensar que é só uma questão de decidir quando queres “sofrer”. Na realidade, é muito mais do que isso. É sobre uma capacidade que se julga inata, mas que define a forma como enfrentas os desafios da vida: a resiliência psicológica. Acompanhe-me neste artigo e descubra o que pode acrescentar à sua vida e como a pode desenvolver na prática.
Sem dificuldades, sem resiliência
Imagina, por momentos, uma vida em que tudo corre como desejas. Tens tudo o que sempre desejaste, fazes tudo o que sempre desejaste e és tudo o que sempre desejaste. Nesta “realidade paradisíaca”, os ventos sopram a teu favor, levando-te a viver apenas momentos de prazer. Só experencias emoções agradáveis e tudo é maravilhosamente fantástico. Como seria viver assim? Será que poderíamos sequer chamar-lhe viver?
Quantas vezes nos damos por nós a imaginar e a desejar este cenário idílico sem nos apercebermos da tragédia que ele esconde: uma vida monótona, sem valor e desprovida de sentido.
Viver sem adversidades, dificuldades ou desafios, com todo o sofrimento que trazem, pode ser muito atrativo, mas não é, de facto, viver. São as derrotas e vitórias, as tristezas e alegrias, as surpresas e desilusões que lhe conferem sabor. São esses momentos que fazem dela uma experiência única que, mesmo com os seus desafios, continua a ser-nos tão apelativa. Se pensarmos um pouco, percebemos que é nas dificuldades que nos conhecemos, superamos e encontramos o sentido da vida. Isto é, se as conseguirmos aproveitar. É aqui que entra a resiliência.
A força silenciosa
A resiliência é a capacidade de superar adversidades a longo prazo, em prol de um objetivo significativo. Parece complexo, não é? Então, vamos simplificar. A resiliência é vida. Pelo menos, se escolheres torná-la numa aliada rumo a uma existência com sentido, realização e felicidade. No entanto, nem tudo serão rosas, já que há um requisito para desenvolver esta “força silenciosa”: enfrentar adversidades/desafios progressivos. Escolhi o termo “enfrentar” em vez de “superar” por um motivo. Porque não conseguirás superar todas as adversidades e desafios. Há alguns que não conseguirás superar por mais que tentes. No entanto, esses são a minoria. Os outros, talvez não os consigas superar logo à primeira, mas quem sabe se não conseguirás na segunda, terceira ou… décima tentativa. Muito, não tudo, depende do que estás disponível a fazer para chegares onde queres estar.
O sucesso nunca estará garantido, no entanto, será exatamente isso que te ajudará a desenvolver esta forma de viver.
Para desenvolver a resiliência, além das estratégias que irei partilhar contigo ao longo deste artigo, há cinco pilares que deves ter em consideração. Tudo começa com direção, paixão e motivação. Pensa comigo: quem é que, no seu juízo perfeito, iria perseguir algo que não fosse importante para si? Ninguém. Para continuar o caminho, é importante ter uma ideia clara do que se quer, por que se quer e o que torna esse destino/objetivo tão relevante/apaixonante. Encontrar estas respostas é parte do processo. Se não as tiveres, mantém a tranquilidade e continua a procurar. Quando menos esperares, eles aparecerão.
Créditos da imagem: Istockphoto
Depois, como em todas as jornadas, é necessário fazer o caminho e é aqui que entra o quarto pilar: a ação, ou melhor, a prática deliberada. Sei que parece um palavrão, mas já lá vamos. Todos os dias fazemos coisas. A maioria tornou-se fácil, fruto do hábito, ao ponto de nem pensarmos nelas. Porém, há também algumas que são tão difíceis que não deixamos de pensar nelas. São essas que alimentam a resiliência e promovem o nosso crescimento.
Para que assim seja, devemos, antes de mais, estar totalmente presentes no momento. Sem isso, nada feito. Depois, há que colocar sempre três questões: O que está a correr bem? Em que tenho dificuldades? O que posso fazer de diferente? Ao adotarmos este padrão de pensamento, entramos numa prática deliberada que não é mais do que agir estando totalmente presença e aproveitar todos os resultados para evoluir.
Por fim, chega o quinto pilar. Todos temos algo na vida que nos move. Muito. Pode não ser um propósito “grandioso”, como mudar o mundo ou deixar uma marca na história da humanidade. Pode ser algo que vai mudar o teu mundo, impactar positivamente quem caminha contigo ou deixar uma impressão muito positiva na tua vida. Para alcançares esse objetivo, para chegares a esse destino, é possível que antevejas obstáculos. Coisas que, na tua perspetiva e/ou de facto, podem dificultar o progresso. Mas são essas mesmas coisas, ou melhor, a possibilidade de as superar, que tornam a jornada aliciante? Depende. Depende da tua disponibilidade para as enfrentar, ou seja, da tua resiliência.
Desistir ou persistir?
Sempre que enfrentamos um revés na vida, temos duas opções. Podemos ficar no chão até que alguém venha em nosso socorro e nos levante. Basta fazê-lo algumas vezes para começarmos a acreditar que não nos conseguimos desenvencilhar sozinhos e que devemos evitar as dificuldades/desafios a todo o custo. A nossa autoestima, autoconfiança, autoeficácia e noção de valor próprio diminuem até aos níveis mínimos. Qualquer dificuldade se torna incapacitante e o medo de um novo desafio está sempre presente.
Desenvolvemos assim o que Martin Seligman designou por “incapacidade aprendida”, uma estratégia de sobrevivência que nos afasta do crescimento, realização e felicidade.
Podemos, em alternativa, chorar um pouco, levantar-nos, sacudir a poeira e continuar em frente, tal como diria Chili, a mãe da Bluey e do Bingo. Sempre que o fizermos, estaremos a transmitir uma mensagem importante a nós próprios: eu consigo levantar-me sozinho. O apoio dos outros é importante e tem o seu lugar na vida. Também é importante sabermos que, se ninguém estiver a ver ou ninguém chegar, nós conseguimos avançar por nós mesmos. Assim, caminhamos rumo ao nosso crescimento, conscientes de que temos uma palavra a dizer, mesmo nos momentos mais difíceis da nossa vida. Mesmo sem saber como, estamos a desenvolver a nossa resiliência e a aumentar a probabilidade de vivermos a vida que realmente queremos.
Créditos da imagem: Disney
Nenhuma destas alternativas é mais nobre que a outra. Evita censurar-te ou glorificar-te. Todos passamos por momentos em que o que mais nos apetece é desistir, atirar a toalha ao chão e seguir por outro caminho. Se o fizermos, não há mal nenhum, desde que seja a exceção e não a regra. Nesses momentos, o melhor que podes fazer por ti é estares presente para ti, sem te julgares e com compaixão. Depois, a vida continuará naturalmente e poderás experimentar novas formas de fazer e ser. Terás outras oportunidades para desenvolveres a resiliência. Para te ajudar, seguem algumas sugestões.
Aumentar a resiliência na prática
A resiliência pode ser desenvolvida seguindo algumas estratégias, no entanto, cabe a cada um explorar e identificar as que são mais eficazes. Já fui deixando algumas “pelo caminho”. Encontraste-as? Se sim, ótimo. Se não, volta atrás e procura bem. Agora, partindo do princípio de que sabes onde queres chegar e o que te move, apresento-te quatro estratégias extra para explorares:
Parar para avançar
Pode parecer contraintuitivo, mas este é mesmo o primeiro passo a dar. Quando os insucessos se acumulam, podem acontecer duas coisas: a) entras num ciclo negativo; b) chegas ao limite. Esta pausa deve ser ativa, ou seja, vais parar por um tempo definido, mas para te dedicares a uma atividade em que te possas perder e que te faça sentir bem contigo. Que te revitalize. Desta forma, estás a ganhar em dois aspetos. Por um lado, estás a quebrar o ciclo negativo e a sentir emoções agradáveis. Por outro lado, estás a criar disponibilidade mental para continuares a jornada.
Mantém o foco no que controlas
Uma das maiores frustrações que podemos sentir é a sensação de falta de controlo. Curiosamente, só a experienciamos quando tentamos fazer o impossível: controlar o que está fora do nosso controlo. Quer gostes, ou não, terás sempre muitas variáveis que nunca poderás influenciar nem controlar. Aceitar esta realidade é, em primeiro lugar, muito libertador, já que deixas de carregar fardos que não são teus. Além disso, permite também que direciones o teu foco para o que de facto controlas: as tuas emoções (na medida certa), os teus pensamentos e as tuas ações.
Ressignificar o conceito de “falhar”
Ninguém gosta de falhar e, ainda assim, todos falhamos. É inevitável que, em algum momento da tua vida, as coisas corram mal. Nesse sentido, parece-me interessante ter uma boa relação com a falha, não no sentido de a ignorar ou de a utilizar de forma intencional, mas no sentido de aproveitar cada resultado negativo para te fortaleceres. Porque quando encaras a falha como algo natural, começas a conseguir fazer algo vital: olhar para além dela. Quando ela chega, o teu objetivo mantém-se à vista, o que te permite focar na solução.
Criar uma equipa de suporte e resgate
Onde quer que o teu caminho te leve, ter uma equipa pode ser uma das melhores decisões. Terás alguém com quem celebrar os melhores momentos. Terás alguém com quem partilhar as tuas dúvidas e ajudar a navegar nos teus dilemas. Terás também quem te ajude a levantar após uma queda, te anime quando mais precisas e te faça reencontrar a esperança quando estás à beira de a perder. É nos momentos de maior fragilidade e vulnerabilidade que ter alguém com quem contar te ajudará a continuar em frente.
A vida continuará a apresentar desafios, independentemente da opção escolhida. No entanto, há algo que podes sempre decidir: se vais permitir que as dificuldades te definam ou se as vais usar para crescer. A resiliência não é um dom reservado a alguns, é uma capacidade que se pode fortalecer todos os dias. E cada pequena escolha que fizeres para persistir, aprender e seguir em frente será mais um passo em direção à vida que realmente queres viver. O próximo desafio virá, mas agora estás mais preparado. A questão que se coloca é: como vais responder quando ele chegar?
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