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Depois das tão desejadas férias de verão dá-se, para a maioria, o regresso ao trabalho. A liberdade de horários, o silêncio das notificações, os passeios tranquilos e os momentos de diversão são substituídos pela velha e “boa” rotina. Graças à energia que recuperaste sentes-te imparável ao avançar para a reta final do ano. Pelo menos até ao final da primeira semana. 

Sem te dares conta, o tempo desaparece por entre todo o trabalho a fazer, o stress aumenta vertiginosamente e as noites de sono tornam-se num luxo. É como se a energia e vitalidade que acumulas-te nas últimas semanas já se tivessem esgotado. Enquanto isso há uma pergunta que te fazes vezes sem conta: como é que isto aconteceu?

Recomeçar de forma progressiva


Com o passar dos dias começa a instalar-se em ti a crença generalizada de que isto é normal. É só um período de adaptação antes de voltares a sentir-te no teu melhor. Afinal, não é a primeira vez que te sentes assim no regresso ao trabalho. Embora concorde que existe um período de adaptação, sei que pode ser bem melhor se for planeado para ser progressivo

Crédito da imagem: PeopleImages em Istockphoto

Pensa num atleta, por exemplo, num velocista dos 100 metros que sofre uma lesão. Para que a recuperação seja ideal não basta fazer os exercícios de recuperação, dar tempo para que a regeneração aconteça e, imediatamente a seguir, começar a fazer sprints à velocidade máxima. Bem sei que o entusiasmo do regresso pode levar a isso, no entanto não é de todo a melhor opção. Antes disso há que dar tempo para que o organismo se adapte ao esforço. O mesmo se aplica a ti.

No final das férias, se gostas do que fazes, é natural que sintas o desejo de regressar ao trabalho. Nos primeiros dias, a transbordar de energia e entusiasmo, o impulso é para avançar não a 100, nem 110 mas a 200%. Combina este impulso, com o trabalho que se acumulou e com toda a energia que trouxeste contigo e tens a receita para…o desastre. É aqui que as coisas começam a descambar.

As férias proporcionam as condições ideais para que o nosso corpo e mente recuperem e regressem ao seu desempenho ótimo. O pior que podemos fazer é, após essa pausa, começar, de um dia para o outro, a fazer “sprints” mentais.

Uma alternativa bem mais saudável é permitires-te uma a duas semanas para regressar ao teu desempenho “habitual”. Desta forma consegues ficar a par de todas as novidades, tratar das situações que emergiram na tua ausência e planificar as semanas seguintes. O teu regresso “efetivo” será apenas na segunda semana, mas nessa altura será um regresso em pleno.

Manter a qualidade do sono


Se fazes como a maioria das pessoas então, além de comeres mais, é provável que também durmas mais e melhor durante as férias. Sem a pressão do despertador, com “todo o tempo do mundo” e num ambiente relaxante, em que a maior preocupação é encontrar uma espreguiçadeira livre, estão reunidas as condições para que o teu sono seja bem mais reparador.

De acordo com Matthew Walker, professor da Universidade de Berkley e neurocientista especialista em sono, dormir é a coisa mais eficaz que podemos fazer para restabelecer a saúde do nosso cérebro e corpo todos os dias. Ainda assim é impressionante a forma como negligenciamos esta necessidade básica. Em particular quando é mais necessária: no regresso ao trabalho. 

Crédito da imagem: dikushin em Istockphoto

Nos primeiros dias após o teu regresso o ciclo de sono vigília muda. Começas a deitar-te tarde e a acordar cedo. As revigorantes sestas das férias são dispensadas. Depois de algum tempo, até uma “direta” se torna, de alguma forma, aceitável. Fazes tudo isto acreditando que tem que ser assim. O mais surpreendente é que, há apenas alguns dias atrás, dormias, precisamente, de uma outra forma bem mais saudável. Será um sono de boa qualidade realmente incompatível com o teu trabalho ou, simplesmente, o relegas para último lugar na tua lista de prioridades? Talvez seja importante rever este ponto.

Ser radicalmente intencional


Embora consigas renovar as tuas reservas de energia, elas são limitadas. Não pelas horas do dia ou de trabalho, mas pelas exigências a que submetes o teu organismo. Embora seja óbvio poucas vezes pensas na forma como geres a tua energia isso leva a que a esgotes mais rápido do que a consegues repor. A consequência natural é cansaço crónico que te é tão familiar e uma diminuição drástica no teu desempenho no trabalho.

Podes acreditar que manter um bom nível de energia passa por ter hábitos saudáveis de nutrição, exercício e o sono. Em parte é verdade, no entanto há um outro fator que pode estar a passar despercebido. Se é verdade que estes hábitos aumentam a energia disponível, também o é que facilmente a consegues desperdiçar em tarefas que pouco ou nada te acrescentam. De forma a evitar isso desafio-te a que te tornes radicalmente intencional.

Crédito da imagem: torwai em Istockphoto

Ser radicalmente intencional significa olhar para as dezenas ou centenas de tarefas/ações às quais nos dedicamos diariamente e identificar as que são realmente importantes e relevantes. Seja para os objetivos que definimos para nós, ou para os que aceitamos por parte dos outros. Utilizar uma Matriz de Esforço e Impacto, como a desenvolvida por Dave Gray pode ser uma opção.

No entanto é bem provável que seja importante redesenhar a tua forma de trabalhar. Criar um método de trabalho sustentável e 100% alinhado com a tua vida. Para isso agenda uma sessão de clarificação comigo, clicando aqui, e começa a desfrutar da tua vida não só nas férias, mas durante todo o ano.


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