fbpx

Blog

Era a primeira vez que estávamos a falar e apesar de ter sido há algumas semanas parece que foi ontem. Estava a inteirar-me sobre o contexto e desafios pelos quais a pessoa passava quando ouvi uma frase que me ficou na cabeça até hoje: “Sinto pressão para ser feliz”.

Lembro-me de ter pedido para repetir por receio de não ter percebido bem. “Sim, sinto pressão para ser feliz”. Naquele momento não soube o que responder, mas dei por mim a questionar-me sobre como tínhamos chegado aqui. Quando é que a felicidade se tinha tornado numa obrigação?

”Ser feliz é fácil”


A felicidade parece estar hoje ao alcance de todos. Na realidade sempre esteve, nós é que não o sabíamos…e continuamos sem perceber. No entanto, nos últimos anos, impulsionados pelos desafios da vida moderna e pela evidência da ciência, tomámos a felicidade como peça central da nossa sociedade e forma de vida.

O movimento que se gerou à volta desta aspiração humana foi de tal ordem que hoje existe toda uma indústria que “vende” felicidade e nos faz acreditar que ser feliz é fácil. Os gurus da felicidade entraram em palco, os cursos que ensinam “como ser feliz” surgiram e até nas empresas foi criado o título de Chief Happinees Officer, no fundo, uma espécie de diretor(a) para a felicidade.

Crédito da imagem: Ratiger em Istockphoto

A pouco e pouco, nos bastidores desta festa, começou a gerar-se uma pressão silenciosa para que te encaixasses neste novo padrão de felicidade. Para que também tu fosses em busca dela. Não uma felicidade qualquer, não a tua em particular, mas aquela que se guia pelos novos parâmetros do que significa ser feliz. Uma felicidade feita de aparências, de vidas perfeitas, de um bem-estar tão constante que até parece irreal. Talvez porque o seja.

De não pertencer ao clube das pessoas felizes e, assim, ser condenado à miséria eterna. Hoje, mais do que tentar desfrutar da felicidade nos breves instantes em que ela dura, tornou-se obrigatório ser, ou parecer, feliz. Em todo o momento, face a qualquer situação e perante todas as pessoas.

Obrigação irracional


Ironia das ironias, vivemos uma época em que é, simultaneamente, tão fácil “ficarmos” bem e se tornou tão difícil sentirmo-nos felizes. Sentes-te triste? Fazendo scroll infinitamente. Tiveste um dia mau? Vê umas séries até adormeceres. As coisas estão mal lá em casa? Afunda-te em trabalho até não veres mais nada.

Com isto tornámo-nos especialistas em encontrar novas formas para nos distrairmos e anestesiarmos dos mal-estares do dia-a-dia. Como se não fizessem eles também parte da vida e não fossem o que dá mais sabor, e significado, à felicidade.

Mesmo que o alívio seja temporário e que os desafios de base continuem a existir, o que interessa é mostrar que se está feliz. Nesta ditadura da felicidade, onde fica então o lado menos bom da vida? Onde ficam as derrotas, as amarguras, o sofrimento e dor? Onde ficam todas essas coisas que também fazem parte da experiência humana e tornam, ou tornavam, ainda mais especial? Pelo que tenho constatado na minha prática clínica, tudo isso ficou numa espécie de caixa de pandora, bem escondida, dentro de cada um de nós.

Crédito da imagem: mikayilehmedzade7 em Freepik

Nesta espécie de lavagem cerebral à escala mundial começámos a acreditar que a felicidade é um mundo cor-de-rosa, cheio de arco-íris no qual navegamos eternamente felizes nas costas de unicórnios. Só que não é. A felicidade não é o local onde vamos para nos esconder de tudo o que de menos bom ou mau que nos acontece na vida. Não é sequer uma forma de ser ou algo que se aprenda ou ensine em algum lado. A felicidade não é nada disso.

Redescobrir a felicidade

Se, em parte, é nas coisas boas e simples da vida que podemos encontrar a felicidade, é também nos momentos mais desafiantes e dolorosos que lhe aprendemos a dar o devido valor. Não significa isto que para ser feliz se tenha de atravessar um cabo das tormentas. Nada disso. Mas são os desafios da vida e como conseguimos lidar com eles que nos mostra que a felicidade autentica está em nós. Por isso é que, apesar de existirem formas de a facilitar, ela será sempre vivida e terá um significado muito particular para cada pessoa.

Crédito da imagem: Milan Markovic em Istockphoto

Temos de reavaliar como pensamos, ensinamos e vivemos a felicidade, pois ela não pode ser uma obrigação que tem de ser alcançada a qualquer custo. Importa relembrar que a felicidade não pode ser alcançada por uma fuga constante da realidade, mas sim enfrentando os desafios e as dores que são parte natural, e diria essencial, da experiência humana.

Talvez seja o momento de abandonar a narrativa simplista, superficial e comercial da felicidade. De relembrar que a verdadeira felicidade está na aceitação plena da experiência humana, com todas as suas nuances e subtilezas. De aceitar que a felicidade é difícil de alcançar e que, mesmo assim, está sempre ao nosso alcance.

Talvez seja o momento de nos libertarmos desta ditadura em que todos se sentem obrigados a serem felizes mesmo estando em cacos por dentro. Quem sabe ainda vamos a tempo de reaprender o que significa ser feliz.

Política de privacidade

Para efeitos do disposto no Regulamento (UE) 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril (Regulamento Geral de Proteção de Dados), a Pedro Cerveira – Coaching & Consulting, entidade responsável pela recolha e tratamento dos seus dados pessoais, para as finalidades referidas na presente política de privacidade, informa que:

1) A Pedro Cerveira – Coaching & Consulting, compromete-se a processar os seus dados pessoais em conformidade com a Lei de Proteção de Dados Pessoais de acordo com a lei em vigor, relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação de dados pessoais.

2) A privacidade dos visitantes neste website é muito importante para nós. No nosso website, reconhecemos a importância da privacidade e tudo faremos para a respeitar. Em  seguida apresentamos o tipo de informação pessoal que recebemos e coletamos quando visita este website, assim como a informação que guardamos. Nunca venderemos a sua informação para terceiros, sejam eles particulares ou empresas.

2.1) Tal como outros websites, coletamos e utilizamos informação contida nos registos. A informação contida nos registos inclui, o seu ISP (Internet Service Provider), o seu endereço IP (Internet Protocol), o browser que utilizou ao visitar o nosso website (ex: Firefox), o tempo da sua visita e que páginas visitou dentro do nosso website.

2.2) Utilizamos cookies para armazenar informação, tais como as suas preferências pessoais quando visita o nosso website. Isto poderá incluir um simples pop-up, ou mesmo uma ligação em vários serviços que providenciamos (ex: fóruns). A Google faz uso do novo DART cookie para servir anúncios baseados nos seus interesses e na sua visita ao nosso blog e a outros endereços na web. Poderá optar por não utilizar o DART cookie visitando a página de anúncios do Google e o “programa de policiamento” da empresa

2.3) Em adição, no nosso site  também utilizamos publicidade de terceiros. Alguns destes anúncios (sponsors), poderão utilizar tecnologias como os cookies e/ou web beacons quando anunciam  no nosso website, o que fará com que esses publicitários (tal como o Google através do Google AdSense) também recebam a sua informação pessoal, como o seu ISP , o endereço IP, o seu browser, e outros. Esta função é geralmente utilizada para “geotargeting” (ex: mostrar publicidade de NOVA YORK apenas aos leitores oriundos de Nova York) ou para apresentar publicidade direcionada a um tipo de utilizador (ex: mostrar publicidade de restaurantes/bares a um utilizador que visita regularmente portais de culinária/bebidas).

3) Você pode desligar os seus cookies nas opções do seu browser, ou fazendo alterações nas ferramentas do seu Antivírus. Informamos ainda, que tal procedimento poderá alterar a forma como interage com o nosso site/blog/plataforma, ou mesmo com outros portais. Tal também poderá afetar ou mesmo não permitir que faça logins em programas, sites ou fóruns.

4)  Pode opor-se ao tratamento de dados a qualquer momento e por qualquer meio, sem prejuízo do cumprimento das obrigações impostas por lei.

5) Os dados pessoais são conservados por períodos de tempo diferentes, consoante a finalidade a que se destinam e tendo em conta critérios legais, de necessidade e minimização do tempo de conservação, sem prejuízo dos períodos legalmente definidos para os diversos fins.

6) Tem o direito de solicitar a retificação dos seus dados pessoais a qualquer momento.

7) Tem o direito de solicitar o apagamento dos seus dados pessoais, sem prejuízo do cumprimento das obrigações legais.

8) Tem o direito de opor-se ao apagamento dos seus dados pessoais e solicitar a limitação do seu tratamento, sem prejuízo do cumprimento das obrigações legais.

9) Tem o direito de se opor à utilização dos seus dados para efeitos de comercialização direta.

10) Os seus dados pessoais são tratados de forma automatizada ou não automatizada.

11) Tem o direito de solicitar que os seus dados pessoais sejam transferidos para outra entidade.

12) Os seus dados pessoais são protegidos , garantindo-se a sua pseudonimização e a manutenção da capacidade de assegurar a confidencialidade, integridade, disponibilidade e resiliência permanentes dos sistemas e dos serviços de tratamento, a capacidade de restabelecer a disponibilidade e o acesso aos dados pessoais de forma atempada no caso de um incidente físico ou técnico e um processo para testar, apreciar e avaliar regularmente a eficácia das medidas técnicas e organizativas para garantir a segurança do tratamento