Todas as empresas são feitas de pessoas. Logo o elemento indispensável ao sucesso de uma empresa são….? Isso mesmo, as pessoas. Mas para isso não basta reunir os “talentos de topo” e esperar que corra bem. Há que que criar o contexto favorável ao sucesso, que é como quem diz, criar um cultura atrativa, envolvente e inspiradora.
Esta é uma tarefa complexa já que gerir o delicado equilíbrio entre motivação, desempenho e satisfação é tanto uma arte como uma ciência. Por isso há que ir além das intenções e aparências, deixar de lados modas e tendências para criar algo único. Uma cultura que responda, todos os dias e de forma desapaixonada a uma questão de fundo:
Como podemos criar uma cultura organizacional que além de atrair talentos excepcionais, também os inspira, motiva e mantém comprometidos, para que contribuam de forma significativa para o seu sucesso e da empresa?
Neste artigo partilho contigo a minha visão sobre como podes criar uma cultura organizacional à prova de futuror. Para que a tua empresa se mantenha relevante, seja muito mais do que um local de trabalho e se torne numa alavanca para um mundo melhor.
Motivação para o bem comum
Great Resignation, Quiet Quitting, Quiet Firing, Burn On. Nenhum deste fenómenos é novo, no entanto todos apontam na mesma direção: as pessoas sentem-se descontentes, para não dizer miseráveis, no trabalho. Ponto. Ainda não chegámos ao fundo, mas estamos perto. Não por culpa de lideranças ou chefias ineficazes, mas porque perdemos de vista o que realmente importa: as pessoas Reconhecer estas realidades é o primeiro passo. É assim que se inicia este caminho, com consciência.
Depois há que perceber que todas as pessoas querem trabalhar num local onde se sintam bem, consigam dar o seu melhor e criar impacto com as suas ações. O desafio é que não há uma fórmula que resulte para todos. A motivação e satisfação são, por natureza, dinâmicas. O que motiva e satisfaz hoje pode perder o efeito amanhã. Manter a motivação e satisfação das pessoas requer uma avaliação atenta, ações intencionais e um alinhamento constante das suas necessidades, valores e objetivos, profissionais e pessoas, com os da empresa.
Crédito da imagem: NASA
Se a intenção passa por criar uma cultura positiva e envolvente, onde todos possam dar e sentir-se no seu melhor é importante volta ao básico: escutar as pessoas, compreender o que as motiva e encontrar formas para que sintam valorizadas e satisfeitas na jornada rumo a um bem comum. Não é fácil, nem simples, mas também ninguém disse que seria. Impossível? De todo e vai muito além de um cheque garantido ao final do mês.
Salário e benefícios? Quanto baste
Há quem ainda acredite as pessoas só pensam no dinheiro. Na realidade sim, mas apenas em duas situações: quando não lhes permite uma vida digna e quando a quantidade é de tal forma alta que acumular riqueza se torna no objetivo final.
Quando a remuneração é digna sem pecar pelo exagero ajuda a promover uma cultura em que a satisfação e realização se sobrepõem aos ganhos financeiros.
O mesmo se aplica à utilização de benefícios como forma de sedução e fidelização. Aqui requer-se uma abordagem ponderada. Afinal eles devem contribuir de forma positiva para a experiência global e não ser usados como ferramentas de negociação. Porquê? Bem, é que assim que são são atribuídos começam a perder relevância. Ao serem retirados, por vezes sem explicação, geram uma insatisfação tremenda.
Criar estruturas de compensação e políticas de benefícios transparentes aumenta a confiança entre os colaboradores. Comunicar a lógica subjacente às decisões de compensação e assegurar a equidade na distribuição dos benefícios contribui para uma perceção positiva da empresa. A oferta de benefícios personalizados que se alinham com as diversas necessidades da força de trabalho aumenta a satisfação dos empregados. Mas há que ir além do tangível.
Fidelizar pela emoção
Uma abordagem holística da retribuição (não remuneração) envolve não só o aspeto financeiro, mas também a percepção do valor do trabalho e o reconhecimento do mesmo. As pessoas querem sentir que as suas contribuições são importantes e serem reconhecidas por isso. A forma mais fácil passa por criar uma cultura de reconhecimento, de todos por todos, em que se valorizam as contribuições, conquistas e crescimentos de cada um. Assim, o sentido de valor próprio, motivação e satisfação são promovidos a longo prazo
Crédito da imagem: Freepik
O conceito de “salário emocional” é muito bonito e está na moda, mas continua a ser um extra quando, na realidade, é uma peça central na cultura organizacional. A promoção de um ambiente de trabalho positivo, o reconhecimento das realizações e a criação de um sentimento de pertença não são extra, são a base. A fogueira à volta da qual as pessoas se sentam para sobreviverem ao frios e aos perigos da noite. Bons entendedores entenderão o que quero dizer. Mais, estes comportamentos (ou a sua ausência) espelham os verdadeiros valores de uma empresa.
Promover o envolvimento emocional implica reconhecer e valorizar a individualidade das pessoas, proporcionar oportunidades de desenvolvimento reais e uma experiência de trabalho alinhada com o seu plano de vida. O desafio passa por criar uma cultura em que o envolvimento emocional seja palpável no dia-a-dia. E isso significa dar às pessoas o que elas necessitam.
O que todos querem (e poucos têm)
Há três coisas que todas as pessoas, seja qual for a idade, a posição na empresa ou as funções que executam querem. Mais estas três coisas podem ser dadas sem que a empresa gaste um cêntimo. No entanto há, também, três condições que devem ser asseguradas: aceitar o desconforto inicial, dar tempo ao tempo e evitar, ao máximo, voltar a trás.
O que todas as pessoas procuram naturalmente é a autonomia, o crescimento e uma forma significativa de contribuir. Simples assim.
Qualquer pessoas quer fazer o que quer, quando quer, como quer (e não, não é anarquia), quer sentir que hoje está melhor do que ontem, e quer ter a sensação de estar a criar um mundo melhor.
Dar às pessoas a liberdade de tomarem decisões relevantes sobre o seu trabalho, implementar modelos de trabalho flexíveis e promover uma cultura de confiança, satisfaz a necessidade de autonomia. Da mesma forma, proporcionar-lhes oportunidades reais de crescimento e progressão interna faz com que sintam, mesmo em funções “simples”, que estão a crescer. Por fim, mostrar e reconhecer a importância do seu contributo para causas com as quais se sintam alinhadas leva a que sintam que o seu trabalho tem significado.
Com passos simples cria-se um ambiente de trabalho que promove um sentido de realização sem preço que leva as pessoas a darem o seu melhor. Além disso cria-se um contexto que, de forma natural/orgânica, atrai, desenvolve e mantém os melhores talentos. Coincidentemente é isto que todos querem, mas poucos fazem. Mas vamos ficar por aqui? Não.
Saúde mental e bem-estar assegurados
Para que as pessoas se sintam bem e deem o seu melhor, a sua sobrevivência e bem-estar devem ser garantidos. Criar um ambiente que apoie a saúde física e mental, reconhecendo que aí reside a espinha dorsal do sucesso, mostra que a empresa tem as prioridades bem alinhadas. Claro que o lucro também faz parte, mas sem pessoas aptas ele torna-se inalcançável.
Como é natural, nem todas as empresas têm a capacidade de disponibilizar internamente todos os recursos necessários para cuidar do bem-estar das suas pessoas. Assim, criar parcerias com entidades externas para facilitar o acesso a estes serviços é perfeitamente viável, desde que não seja a única solução.
É certo que a saúde mental, bem-estar e felicidade das pessoas não são da exclusiva responsabilidade da empresa. Longe disso. No entanto, também é inegável que o trabalho tem um impacto tremendo nas pessoas, afinal é lá que passam metade da sua vida. Assim há que criar formas de, internamente, promover o bem-estar.
Na prática, significa criar uma cultura que valoriza o descanso, fornece recursos para a gestão do ‘stress’, promove formas de trabalho saudáveis e permite uma conciliação entre a vida profissional e pessoal. Uma verdadeira segunda casa. Melhor ainda se tiverem profissionais qualificados, com formação e experiência em psicologia. Une-se o útil ao agradável.
De uma fraqueza, força
Vão sempre haver pessoas a entrar e a sair. Esta parece a realidade que as empresas se recusam a aceitar, especialmente quando quem sai era “indispensável”. Esta “teimosia” desvia-as daquele que deve ser um dos focos principais: a criação de uma ambiente onde as pessoas se sintam bem, tenham o melhor desempenho possível e acrescentem valor enquanto lá estão.
Um ambiente tão bom que, na partida, gera um sentimento de realização, saudade e o desejo de um futuro regresso.
Aceitar esta realidade alternativa é mudar o foco da retenção, como objetivo final, para a criação de uma experiência de trabalho positiva e impactante. Ao proporcionar oportunidades de crescimento, ao reconhecer as realizações e ao promover uma cultura que valoriza as contribuições individuais, as empresas podem garantir que as pessoas saem com um sentimento de realização e uma visão positiva do seu tempo na organização. Saem como embaixadores da marca.
Criar uma cultura organizacional de sucesso requer uma abordagem multifacetada, um compromisso constante com a evolução e a disponibilidade para aceitar as complexidades inerentes à gestão de pessoas. Seguindo este caminho as empresas podem criar um ambiente resiliente e próspero que atraí e mantém, durante algum tempo, os melhores talentos enquanto contribui para um mundo (profissional) mais positivo e humano. Utopia? Parece-me perfeitamente alcançável.
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