As pessoas estão no centro do sucesso, a menos que sejam tóxicas. Tudo começa com uma pequena piada ou uma mentira inocente, que com o passar do tempo, e de forma dissimulada, se transforma num fenómeno que já conheces, talvez até bem demais, o “bullying”.
Atualmente, parece ser nas empresas que as chamadas “pessoas tóxicas” florescem melhor. Não pelo contexto, mas porque, convenhamos, é lá que passas a maior parte do tempo. Obviamente que o impacto é negativo a nível individual e coletivo.
Nunca sabes quando serás o alvo e o que podes esperar disso, mas uma coisa é certa: as pessoas tóxicas não desaparecem sozinhas. Isso deixa-te apenas com uma opção: aprender a lidar com elas. Como? Bem, é isso que te vou mostrar.
O que é uma pessoa tóxica?
Uma pessoa tóxica é qualquer pessoa cujo comportamento interfere negativa e frequentemente contigo. Regra geral é egocêntrica, usa e abusa da manipulação, age de forma desonesta e falsa, não mostrando uma única pitada de compaixão. Além disso tenta criar drama e conflito a todo o momento. Tudo isto é mau e inadmissível sob qualquer ponto de vista. Mas há um outro lado.
Imagina um mundo onde as pessoas tóxicas nascem com um aviso tatuado na testa. De certeza que seriam mais fáceis de detectar, mas não é assim. Afinal ninguém nasce tóxico.
Isto pode ser difícil de aceitar, mas não existe uma “pessoa tóxica”. O termo em si não se baseia na psicologia e não tem uma definição simples. O que existe apenas são comportamentos tóxicos.
Na maioria das vezes, as pessoas chamadas “tóxicas” estão sob “stress”, sofrem de baixa autoestima e debatem-se com problemas de saúde mental. É altamente provável que tenham sofrido algum trauma na infância (p.e. “bullying”, violência parental) ou têm problemas pessoais profundamente enraizados. A “pessoa tóxica” não o é porque quer, mas porque aprendeu a sobreviver assim.
Com isto não pretendo, de todo, isentá-la da responsabilidade pelo que faz. A minha intenção é ajudar a que a vejas de uma perspectiva diferente, talvez mais compassiva. Sim, estas pessoas podem levar a melhor sobre ti e transformar a tua vida num inferno. Mas isso é o que elas fazem, não quem elas são. E isso é fundamental para lidar com elas.
Dito isto, se tiveres dificuldade em lidar com alguém na tua vida, é mais útil começar por identificar os comportamentos problemáticos, em vez de simplesmente rotular a pessoa como sendo tóxica.
Como tudo começa (e continua)
Nenhum comportamento acontece no vazio. Há sempre uma intenção, um contexto e um momento. Só após algumas interações é que consegues ultrapassar a primeira impressão e perceber o que podes esperar de alguém. Começas a desenvolver uma história com essa pessoa que, normalmente, começa bem. É aí que o ciclo começa.
Primeiro as “pessoas tóxicas”, são encantadoras. São atenciosas, carinhosas e muito amáveis. Na verdade, apenas o fazem para baixar as tuas defesas naturais.
É quando têm a tua confiança que começa o verdadeiro jogo. As exigências aumentam e a pressão sobre os teus recursos emocionais é cada vez maior. Chegas a um ponto que não consegues dizer “não” nem desligar-te desta relação.
Depois vem uma crise. Um pequeno, mas real teste. Vais sentir-te preso(a) e pressionado(a) a dar-lhe o que ela quer, mesmo que não seja o melhor para ti. Por fim, acabas por fazer o que ela quer para não seres visto(a) como “irracional” ou causares mais confusão. Está feito. O ciclo ficou completo e agora ela, volta a conquistar-te e a dar-te o mínimo necessário para continuares por perto.
Identificar comportamento tóxicos
Simplificando, o comportamento tóxico tem menos a ver com o que a outra pessoa faz e mais com o que isso te faz sentir. Complexo? Vamos a a um exemplo. Imagina que, como é hábito, chegas cedo ao trabalho. Os teus colegas vão chegando e um deles aproxima-se de ti e pergunta, sorridente: “Dormiste aqui?”. Se essa pessoa tem o hábito de te tratar bem, com respeito e honestidade, como encararias a pergunta?
Vamos agora ver num cenário diferente. Imagina outro colega que faz piadas sobre ti quando estão em grupo, que implica constantemente contigo e fala contigo de forma passivo-agressiva. Como te sentirias quando ouvisses a mesma pergunta? A pergunta é a mesma, a única coisa que mudou foi a pessoa que a fez. E isso faz toda a diferença.
Agora compreendes porque é que uma pequena frase pode parecer um ataque para ti, mas para quem vê de fora é apenas uma interação inofensiva e casual. Ao procurares comportamentos tóxicos (não pessoas, lembra-te disso), em vez de olhares exclusivamente para o que a pessoa está a fazer, presta atenção a ti. Os exemplos seguintes podem ajudar:
Sentes-te como se estivesses a ser manipulado para algo que não queres fazer;
Ficas constantemente confuso com o comportamento da pessoa;
Sentes-te como se merecesses um pedido de desculpas que nunca chega;
Tens sempre de te defender perante essa pessoa;
Nunca te sentes totalmente à vontade com ela;
Sentes-te sempre mal com o que fazes ou contigo mesmo na presença dela.
Tudo isto são sinais de alerta. Não externos, mas internos. O que, a dada altura, pode levar-te a questionar se o problema és tu. Ninguém mais parece estar incomodado ou ter queixas sobre essa pessoa. Mas isso não significa que não tenham. Podem estar na mesma situação que tu. Falar com eles, não sobre a pessoa, mas sobre como se sentem em relação a ela, pode clarificar o que se está a passar.
Lidar com pessoas tóxicas na prática
Ter alguém a influenciar-te negativamente todos os dias afeta a tua saúde mental. A não ser que te consigas defender. Evitar, embora pareça uma boa opção tem o mesmo efeito que fugir de um touro em investida: só te vais tornar num alvo maior.
Quando evitas uma “pessoa tóxica”, não só perturbas as tuas rotinas e vida, como também lhe dás a entender que o que ela está a fazer está a funcionar. O que só piora a situação.
Para lidar com “pessoas tóxicas”, só há uma opção: enfrentá-las. Sei que isto pode ser bastante desafiante e é por isso que te vou explicar o que podes fazer da próxima vez que estiveres numa situação difícil com elas.
Marca uma posição
Tendo em conta o que acabei de dizer, provavelmente já antecipavas esta. Evitar uma “pessoa tóxica”, só vai levar a um aumento dos ataques. Podes sentir-te livre por um tempo, mas da próxima vez que se encontrarem será como um passeio pelo inferno. A melhor opção, embora não seja a mais confortável no início, é marcares uma posição. Defenderes-te como se fosses a pessoa mais preciosa da tua vida, porque és.
Aceitar as tuas emoções, nomeando-as mentalmente, e respira fundo algumas vezes. Isto irá acalmar a agitação emocional em que estavas prestes a entrar e preparar-te para o confronto.
Quando falares, usa apenas afirmações baseadas no “eu” e limita-te aos factos. Descreve o que está a acontecer, como te sentes em relação a isso e diz claramente o que esperas da pessoa da próxima vez. Depois de o teres feito, continua a tua vida. Não fiques à espera de uma resposta.
Nunca, mas nunca, entres na discussão. Se lutares com um porco, só te vais sujar e ele vai gostar. Para as “pessoas tóxicas” é o mesmo. Evita entrar nesse jogo. Quando interagires, fá-lo com respeito, assertividade e calma. As “pessoas tóxicas” fazem-se muito bem de vítimas, por isso não as ajudes cedendo às tuas emoções.
Estabelece limites
As “pessoas tóxicas” começam por conquistar a tua confiança porque sabem que essa é a forma mais fácil de contornar quaisquer limites que possas ter. Tal como um cavalo de Troia, enganam-te para se aproximarem de ti e depois atacam com toda a consciência das tuas falhas. Lembra-te que chegam a um ponto em que sabem muito bem o que mexe contigo.
Estabelecer limites significa começar a dizer “não” com frequência. “Não” é uma frase completa e uma das palavras mais poderosas em qualquer língua. É como uma parede, e é tão forte quanto tu a fizeres. Não precisas de explicar, justificar ou arranjar desculpas. Se sentires insistência, age como um disco riscado e repete a mesma frase até que desista. Se não o fizer, pode deixá-la a falar sozinha.
Mantém a humanidade
O que quero dizer com isto é que deves ter compreensão, compaixão, bondade e respeito. Mas tem isso tudo por ti em primeiro lugar. Tu és a vítima, por isso tens de tomar conta de ti primeiro. Não penses, nem por um segundo, que a culpa é tua. Não é. No momento em que começares a pensar dessa forma, já perdeste, não só para o(a) “bully”, mas para todo o discurso interno negativo que tem estado no fundo da tua mente pronto a sair.
Não tentes mudar a outra pessoa. As pessoas podem mudar, mas têm de estar dispostas a fazer o esforço necessário para o conseguir. Eu sei que, infelizmente, as pessoas podem recorrer a comportamentos tóxicos/negativos em relação aos outros para lidar com os seus problemas, traumas e sentir algum alívio da dor que sentem nas suas vidas.
O que também sei é que há uma forma melhor de lidar com tudo isso e existem profissionais qualificados para ajudar. Mas o primeiro passo deve vir da pessoa que precisa, não da vítima.
Tem um profissional ao teu lado
Agora, sabendo tudo isto, se ainda tem dificuldades em lidar com “pessoas tóxicas”, pede ajuda profissional. Um psicólogo qualificado, como eu, vai mostrar-te o que podes fazer nas tuas circunstâncias específicas e tendo em conta a tua forma de ser.
Ao mesmo tempo, estará a ajudar-te a desenvolver os teus pontos fortes e fracos para aumentares a tua força mental. Assim, da próxima vez que encontrar uma “pessoa tóxica”, estará mais bem preparada para lidar com ela.
Seja qual for a situação em que te encontras lembra-te do seguinte: nunca estás só. Tens pessoas por perto com as quais podes contar e tens, também, uma pessoa sempre contigo que está, agora, mais preparada para te defender: tu.
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